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Monroe, always Monroe. E muito petróleo…
A Doutrina Monroe deve o nome a James Monroe, presidente dos Estados Unidos da América entre 1817 e 1825. Em Dezembro de 1823, o então presidente fez uma declaração ao Congresso em que, simultaneamente, ditou dois dos pilares da política externa norte-americana: o que se passasse daí para a frente na América apenas diria respeito aos americanos; os Estados Unidos dispensavam-se de intervir na Europa em conflitos regionais. O objectivo declarado era simples: as antigas potências europeias estavam avisadas que não deviam interferir nas colónias que tinham mantido na América (se o fizessem teriam de se haver com os Estados Unidos…) e em troca dessa blindagem da América aos interesses europeus, os Estados Unidos deixavam aos europeus a resolução dos seus próprios problemas.
Como sabemos, estas directivas políticas permitiram aos Estados Unidos da América a preservação dos seus interesses no continente americano e a hegemonia de Washington na região. Os Estados Unidos expandiram-se territorialmente, comprando e anexando territórios. Sabemos o que aconteceu às tribos índias que foram varridas neste contexto. Quanto à segunda destas directivas da Doutrina Monroe (a não interferência dos Estados Unidos em assuntos europeus) também sabemos o que aconteceu. Aliás, se a primeira directiva se mantém, a segunda desapareceu por completo. Os Estados Unidos não se coíbem de interferir não só na Europa, mas em qualquer parte do Mundo.
Dito isto, chegamos à Venezuela. Mas antes de olharmos para a Venezuela será bom ter em conta o que aconteceu noutros países americanos ao longo dos últimos dois séculos. Primeiro os Estados Unidos apoiaram independências de forma a que as potências europeias atravessassem o Atlântico e por cá ficassem. Depois o controlo dos países recém-nascidos. Talvez nem seja necessário recordar um por um os vários países do continente americano em que a interferência norte-americana levou a golpes de Estado e à instalação de ditadores. Durante a guerra-fria a lógica era muito simples: tudo o que é anticomunista (entenda-se anti-Rússia) é bom! Não importava que os regimes fossem ferozes ditaduras onde os direitos humanos eram absolutamente espezinhados. Cuba tinha de ser isolada, e foi. Tudo o que se assemelhasse a uma réplica do regime de Castro, tinha de ser combatido.
Um bom e abrangente exemplo da política externa norte-americana quanto aos países do continente americano é a chamada “Operação Condor”, já muito documentada, e recentemente ilustrada no livro “Condor” do fotojornalista português João Pina. Os Estados Unidos sabiam de tudo. O objectivo servia os interesses de Washington. A Doutrina Monroe é a origem genética da política externa norte-americana e, com as necessárias adaptações, ainda prevalece.
Pensar ou pretender que tudo o que está a acontecer na Venezuela não passa, também, por Washington, só pode ser ingenuidade ou cegueira. Isso não significa que Nicolas Maduro não tenha, há muito, perdido o pé e tenha enveredado por decisões que lhe retiram alguma razão que possa ter, mas enveredar por um maniqueísmo em que de um lado estão os bons e do outro estão os maus, desfoca a análise fria e objectiva e apenas contribui para construir barricadas. E também é forçoso reconhecer que a uma tão grande preocupação com a democracia na Venezuela, corresponde um alheamento quase total com a mesma democracia noutras latitudes em que os governantes são mais amigos dos Estados Unidos. É assim a política internacional.
Ah… e é bom não esquecer que a Venezuela tem as maiores reservas de petróleo a nível mundial: cerca de 300 mil milhões de barris. Não se estranhe o apetite por uma mesa assim tão farta.
Pinhal Novo, 5 de Agosto de 2017
josé manuel rosendo