
Desde Outubro de 2023 mais de 167 000 pessoas ficaram feridas devido aos ataques israelitas na Faixa de Gaza, sendo que quase 42 000 sofrem de lesões incapacitantes e permanentes, e entre estas 5000 sofreram amputações. Estes dados foram revelados esta quinta-feira (2 de Outubro) num relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Outras lesões graves registadas incluem mais de 22 000 lesões em membros, mais de 2 000 lesões na espinal medula, cerca de 1 300 lesões na cabeça e mais de 3 300 queimaduras graves.
Richard Peeperkorn, representante da OMS nos Territórios Palestinianos, disse durante uma conferência de imprensa que um em cada quatro feridos é uma criança e que estas lesões criam uma enorme necessidade de cirurgia e reabilitação especializadas, mas também perturbam profundamente a vida dos doentes e das suas famílias. Em muitos casos será necessária uma reabilitação ao longo da vida.
Apenas 14 dos 36 hospitais permanecem parcialmente funcionais e menos de um terço dos serviços de reabilitação que existiam antes da guerra continuam em funcionamento. “Nenhum serviço está totalmente operacional, apesar dos esforços das equipas de emergência médica e dos parceiros”, refere o relatório.
O relatório alerta que “as lesões relacionadas com o conflito deixam também uma marca mental profunda, à medida que os sobreviventes lutam contra o trauma, a perda (de entes queridos) e as dificuldades da vida quotidiana, enquanto os serviços de apoio psicossocial permanecem escassos”.
A OMS pede apoio imediato para manter os cuidados e faz um apelo: “acima de tudo, a OMS apela a um cessar-fogo imediato. O povo de Gaza merece paz, o direito à saúde e uma oportunidade de se curar.”.
Desde Outubro de 2023 os ataques israelitas mataram mais de 66 200 pessoas na Faixa de Gaza, sendo impossível saber quantas estão sob os escombros.
Esta quinta-feira os ataques israelitas mataram 52 pessoas em Gaza, entre elas estava um trabalhador dos Médicos sem Fronteiras.
A Cruz Vermelha e os Médicos sem Fronteiras anunciaram a saída da cidade de Gaza. São sempre os últimos a sair de qualquer zona de guerra e só o fazem no limite. Podemos imaginar o que Gaza está a sofrer.
Pinhal Novo, 3 de Outubro de 2025
01h00
jmr
