Novembro negro (I)

Arredores de Nassíria (já não me recordo onde foi tirada a foto e ela não tem registo, a não ser a indentificação autor: FJG), acompanhando uma missão da força da GNR no Iraque, em Março ou Abril de 2004.

NOTA PRÉVIA: a 12 de Novembro de 2003, o Subagrupamento Alfa da GNR partiu para o Iraque. Nesse mesmo dia, em Nassíria, onde a força da GNR integrada na MSU (Multinational Specialized Unit) deveria ficar, um atentado arruinou esses planos e deixou um rasto de sangue e destruição. Faz agora 20 anos, eu estava em Nassíria nesse dia e as linhas que se seguem fazem parte do livro “De Istambul a Nassíria, crónicas da guerra no Iraque”, publicado em 2008.

Dia 12 de Novembro, quarta-feira, era o dia D para a missão da GNR no Iraque. Depois de sucessivos adiamentos, o subagrupamento Alfa tinha partida marcada para dia 12 à noite, no aeroporto militar de Figo Maduro. Eram 128 militares comandados pelo Major António Oliveira.

Apesar de não ter nada acertado com a redacção sabia que a partida da GNR seria tema importante, talvez mesmo o primeiro no alinhamento das notícias da manhã e por isso resolvi sair cedo do hotel para ver a cidade e ter um retrato pronto sobre a Nassíria que iria ser alvo das atenções dos portugueses nos próximos meses e sobretudo no dia da partida da força portuguesa: que terra é essa, no sul do Iraque, onde vai ficar instalado o subagrupamento Alfa? Era esta a resposta que me preparava para dar aos ouvintes da Antena 1 durante os noticiários da manhã.

Digo a Laith para darmos uma volta pelas zonas principais da cidade, passamos por Midan Haboby, o centro, a fervilhar de actividade, vou perguntando o nome dos locais e dos edifícios que se distinguem, bem como dos escombros a que alguns ficaram reduzidos depois de bombardeados. Passamos no escritório de Nadm que vai connosco para nos levar mais facilmente a alguns sítios que poderiam ser interessantes. Lait vem a conduzir o jipe, eu venho sentado ao lado e Nadm no banco de trás. Saímos do centro da cidade e vamos numa rua perpendicular ao rio que vai ao encontro da marginal, sensivelmente a meio caminho entre o hotel e a base dos Carabinieri Animal House. Vou a anotar algumas informações que no essencial apontavam para a descrição de uma cidade calma, já com um calor sufocante às 7 horas da manhã e em que a população não mostrava ser hostil em relação aos estrangeiros. São 10h45 em Nassíria, menos três horas em Lisboa.

É nesse momento que um enorme estrondo ao mesmo tempo poderoso e abafado ecoa na cidade. Enquanto olhamos à volta e eu olho para Laith à espera de uma resposta, sentimos o jipe a levantar e a inclinar-se para o lado do condutor, fica por um instante numa posição de equilíbrio e volta a ter as quatro rodas no chão. As janelas estavam abertas e sentimos a forte deslocação de ar acompanhada em simultâneo de uma chuva de flocos negros, pó e tudo o mais que a explosão fizera deslocar. É nesse momento que olho para o local de onde sopra o “vento” e vejo a subir no céu de Nassíria, por entre as folhas agitadas das árvores, um cogumelo de fumo negro pintado do vermelho alaranjado das labaredas. Nem tive dúvidas: foi uma explosão, só pode ter sido um atentado, e foi junto do quartel dos Carabinieri. É evidente que poderia ser outra coisa, mas a sequência

de acontecimentos no Iraque conduziu inevitavelmente o meu raciocínio para essa conclusão. Aquele cogumelo de fumo negro era um cogumelo de morte que transformaria Nassíria num símbolo de luto para os italianos e aumentaria a ansiedade dos militares da GNR que estavam em Portugal de malas feitas para a missão no Iraque.

Reparo na expressão assustada e de incerteza de Laith e de Nadm. Laith encosta imediatamente o carro e saímos a correr para local da explosão enquanto a rua que segue encostada ao Eufrates se transforma na maior das confusões com iraquianos a fugir de e para todos os lados. Corro cinquenta metros e tenho terreno aberto à minha frente que me permite ver a Base Libeccio envolta em fumo e chamas. Há carros em chamas com pessoas dentro já carbonizadas, há carros que foram atirados pela deslocação do ar contra postes de electricidade e contra os muros vizinhos da Base italiana, há olhares assustados nos iraquianos que observam a uma distância que consideram segura. Alguns esticam o braço apontando para carros em chamas e para o local da explosão ao mesmo tempo que, embora não entendendo o que diziam, perguntavam o porquê de tudo aquilo. Há gritos, expressões de desespero, olhares que pedem ajuda. Há ainda os estouros que se vão sucedendo porque Não há carabinieris, nem soldados, nem polícia. Nos instantes que se seguiram à explosão, foi a desorientação de toda a gente que num primeiro momento apenas tentava perceber o que tinha acontecido, quem tinha provocado aquela explosão. Para além do cogumelo de fumo negro e das chamas que consumiam carros e outros materiais atingidos, a explosão provocou uma enorme nuvem de fumo e pó que reduzia muito a visibilidade. Uma espécie de nevoeiro que quando se começou a dissipar permitiu ver o drama em toda a sua dimensão. O atentado ocorreu a uma hora de grande movimento em Nassíria e junto a uma ponte, obviamente um local de passagem para muitos iraquianos.

O chão ficou coberto por um tapete acastanhado de pó e pedaços de carros, vidros, e tudo o que mais se possa imaginar. Há pessoas mortas. As casas frente à Animal House perderam janelas e portas, alguns ramos de palmeira voaram até ficarem presos nas varandas e janelas. Parte do muro de caixas de areia que formavam a barreira de segurança desapareceu, há uma enorme cratera no local de entrada para a Base Italiana e tudo o que lá existia tinha sido destruído pela explosão. Da estrutura do edíficio, num primeiro instante não era possível saber com rigor o que tinha sido afectado, mas ficava a ideia de que nada se poderia aproveitar. Nas partes do edifício mais expostas à explosão apenas se viam os pilares e as placas dos pisos, paredes e recheio interior tinham desaparecido. Não se sabia o que tinha acontecido. Naquele momento, meia dúzia de minutos após a explosão, ninguém sabia. Cheira a morte. Começam a chegar civis armados de kalashnikov. Com a consciência de que tenho de transmitir a notícia do que aconteceu em Nassíria, esforço-me por observar friamente a zona do atentado tentando registar na memória tudo o que tinha à minha frente para fazer o relato para a Antena 1. Registo os momentos de pânico. Não tenho nenhum tipo de informação sobre os dois oficiais da GNR que estão em Nassíria e que dormem naquele quartel. Uma falha que de momento não tenho como ultrapassar.

Naquele momento, sinto que o importante e o mais urgente é transmitir a notícia e sinto o peso da responsabilidade de ir dar a notícia de um atentado em Nassíria, quando 128 homens da GNR estavam prontos a partir nesse mesmo dia

precisamente para aquela que tinha sido até há poucos minutos a mais pacata das cidades iraquianas. Imagino o que esses homens e famílias vão sentir quando perceberem que afinal não têm nenhum oásis à espera e imagino a influência que aquele atentado vai ter no debate político sobre o envio da força da GNR. Digo a Laith que temos de ir para o hotel onde tenho o telefone satélite e fazemos cerca de 400 metros a correr. Pelo caminho reparo então que houve uma enorme quantidade de iraquianos que não se atreveram a aproximar-se do local do atentado. Estão nas ruas, à porta de casa e das sedes de partidos políticos e, de um momento para o outro, como até esse momento eu não imaginava ser possível em Nassíria, reparo que estão todos armados. É impressionante a concentração de kalashnikov’s naqueles 400 metros de rua.

Chegamos ao hotel e o Al Janoob tinha ficado sem os vidros das grandes montras do átrio no rés-do-chão. Passamos em passo de corrida a pisar vidros partidos em direcção às escadas que galgamos rapidamente e quando entro no quarto deparo com um cenário inesperado: está tudo coberto por uma manto de pó e vidros, das janelas e portas restam os caixilhos. Limpo o telefone satélite o melhor que posso, afasto os destroços num pedaço de varanda para instalar a antena e inicio a ligação. O processo de activação que demora sempre algum tempo pareceu-me demorar uma eternidade. Quando consigo a ligação, lembro-me das palavras que disse a quem me atendeu na redacção: temos que fazer já um directo porque houve um atentado em Nassíria!

É impossível utilizar o quarto e faço o directo da varanda que não me permite ver o que se passa na zona do atentado. Tento rebobinar o filme dos acontecimentos e busco na memória todos os pormenores que tentara registar minutos antes, sem mais drama do que aquele que resulta da própria violência da explosão. Descrevo a situação, refiro a possibilidade de haver um elevado número de mortos, mas faltava saber o que tinha provocado a explosão, quem tinham sido os autores e se os oficiais da GNR tinham sido atingidos.

É para saber essa informação que deixo o hotel de novo em direcção ao local do atentado, deixando o telefone satélite ligado para poder mais rapidamente voltar ao contacto com a redacção.

Quando faço outra vez aqueles quatrocentos metros a agitação nas ruas permanece a mesma. Junto ao quartel atacado já há carros de bombeiros e alguns polícias meio fardados estão também no local. A nuvem de fumo e pó dissipara-se e agora vejo com nitidez a carcaça da Base Libeccio. De um autotanque dos bombeiros sai um jacto de água em direcção ao edifício e à coluna de fumo que ainda persiste. Há corpos a serem transportados dentro de lençóis para ambulâncias e carros particulares. Há um burro esventrado no tabuleiro da ponte que liga as duas margens do Eufrates e as duas bases da MSU. As tendas da Base Libeccio ficaram com buracos devido ao impacto dos estilhaços provocados pela explosão. Junto ao edifício há carcaças de viaturas militares completamente carbonizadas e há uma cisterna que por momentos se suspeitou pudesse ter combustível ou outro liquido inflamável. Quando alguém se lembra de dizer que podia haver uma nova explosão foi de novo o pânico com toda a gente a fugir. Agora, o tapete de pó e destroços que cobria o chão foi substituído por zonas de lamaçal devido à água com que os bombeiros combateram as chamas. Passado algum tempo chegam os primeiros blindados Iveco Protector azuis-escuros dos carabinieri e encontro o Major Mariz dos Santos. Diz-me que é o único elemento da GNR em Nassíria porque o capitão Fernando Bessa saíra manhã cedo para o Koweit afim de ir esperar o contingente da GNR. Está nervoso, incrédulo, mas era obrigatório colocar-lhe algumas questões. Apesar de tudo percebo que está em condições emocionais para responder, digo-lhe que já dei a notícia e que por isso está toda a gente colada à rádio à espera de mais informação. Explico que é muito importante que um oficial português dê a sua versão dos acontecimentos, para que em Portugal se fique a saber que nada aconteceu aos oficiais da GNR e também porque a partida do subagrupamento Alfa está prevista para essa noite. Mariz dos Santos acede sem qualquer tentativa de escusa.

A olhar para o que resta da Base Libeccio, Mariz dos Santos diz-me que caía por terra a teoria de que Nassíria era uma cidade calma. As primeiras palavras deixavam passar a revolta que lhe ia na alma: “Com esta gente nunca sabemos o que se pode esperar. Como eu disse tudo podia acontecer com o extremismo e está aqui à vista”. Nessa altura, Mariz dos Santos já não tinha dúvidas de que tinha sido um atentado suicida, apenas não sabia quantos carros-bomba tinham sido atirados contra o quartel: “há indícios de que tenham sido dois carros em simultâneo. Um deles eliminou a guarda e o outro abriu a barreira com a força da deslocação e explodiu”. Mariz dos Santos diz-me que a guarda do quartel era feita permanentemente por 12 guardas mas “tenho a confirmação de que não morreram todos. Os que estavam nas duas guaritas estão todos mortos mas os que estavam no piso superior não morreram todos”. Não havia dúvidas de que tinha sido utilizada uma forte carga explosiva. Mais tarde haveríamos de saber que morreram 19 italianos e 8 iraquianos (entre eles uma criança recém-nascida com apenas 10 dias, segundo fonte do hospital). Quanto a feridos, o hospital de Nassíria registou 82. Depois de entrevistar Mariz dos Santos regresso ao hotel para enviar a entrevista via satélite. Enquanto estou no quarto o telefone satélite não pára de tocar. É a redacção a tentar falar comigo, são as televisões, nacionais e estrangeiras, jornais, família… deixo tocar enquanto edito a entrevista e poucos minutos depois já está em Lisboa a versão do único militar da GNR presente em Nassíria no momento do atentado. Acabo de enviar o serviço e o telefone volta a tocar. Não recuso informação a outros órgãos de comunicação porque sei o que é estar na redacção sem ter um repórter no sítio onde as coisas acontecem. E no caso, o de um atentado, não há forma de adivinhar que ele vai ser cometido e enviar alguém para o local. Às televisões digo, como sempre, se querem um directo ao telefone devem falar primeiro com a Antena 1. Tenho consciência de que é um acontecimento que o país tem necessidade de ter informação e não tenho o direito de a guardar só para mim e para a Antena 1. Acho que foi um inequívoco momento de serviço público.

Nesse dia a sorte esteve com os jornalistas portugueses que estavam em Nassíria. Eu, o Domingos de Andrade e o Alfredo Cunha, já tínhamos estado naquele quartel noutras ocasiões. Naquela manhã, eu estava a cerca de 200 metros do local passando por uma rua paralela à rua do quartel alvo do atentado, mas poderia perfeitamente se o destino assim o quisesse ter passado junto do quartel; o Domingos tinha estado na base Libeccio poucos minutos antes juntamente com o Major Mariz dos Santos tentando solucionar um problema do telefone satélite que na noite anterior o tinha impedido de enviar o serviço a tempo e horas. Foi aliás esse problema que o levou a ficar no meu quarto, na noite anterior, madrugada dentro, utilizando o meu telefone satélite, ditando para a redacção do JN a peça do dia seguinte. É assim que deve ser entre camaradas de profissão, seja em terreno hostil ou na mais calma das reportagens. Mesmo que sejam concorrentes directos, o que nem era o caso. E bastaram pouco mais de 24 horas para ficar a saber que o Domingos era capaz de fazer o mesmo por mim e muito mais.

Algum tempo após o atentado, militares italianos chegaram das bases de Talil e de White Horse para isolarem a zona, estabelecendo um perímetro de segurança. Começaram os trabalhos para remover os destroços e verificar se ainda havia vítimas debaixo do monte de escombros. Nassíria transformou-se totalmente com várias ruas fechadas à circulação automóvel, postos de controlo ocupados por guardas armados, surgiram as barreiras e o arame farpado, as esquadras de polícia reforçaram as meidas de segurança. A abordagem a militares e polícias passou a ser mais difícil, quase impossível, transformaram-se em homens de poucas falas e dedo sempre no gatilho. Os militares que anteriormente circulavam em viaturas militares mostrando alguma despreocupação mudaram de atitude.

A tarde desse dia foi passada entre idas ao hospital, para tentar saber qual o número de vítimas do lado iraquiano, circulação na cidade para perceber os efeitos do atentado no ritmo de vida da cidade e passagens pelo local do atentado para saber o que por lá ia acontecendo. O Hospital de Nassíria era um local de grandes emoções com muitas famílias a tentarem saber de pessoa feridas e desaparecidas. Algumas já choravam os mortos. Alguns anos depois tenho dificuldade em acreditar que apenas tenham morrido oito iraquianos. Não que tenha alguma prova em contrário, mas conhecendo aquela avenida, sabendo o movimento habitual àquela hora e sabendo ainda que habitualmente havia cinco ou seis tradutores iraquianos à entrada daquele quartel leva-me a admitir que o número de vítimas possa ser muito mais elevado. Até porque o número de oito mortos iraquianos que ganhou estatuto de número oficial não deve integrar as vítimas mortais que muito provavelmente, como é hábito, foram levadas directamente do local do atentado para a casa de família, sem passarem pelo hospital.

No dia em que o terror mostrou as garras em Nassíria, a cidade retomou o ritmo normal poucas horas depois da explosão, mas mais tarde acabaria por dar sinais de que algo mudara. À noite, as crianças já não jogavam à bola na rua.

Nessa noite após o atentado, o Coronel Di Pauli, fortemente guardado, aproximou-se de uma barreira militar onde vários jornalistas tentavam aceder à zona isolada. Nesse local quase só havia jornalistas e uma meia-dúzia de iraquianos. Eu estava a tentar há algum tempo entrar nessa área porque foi lá que as agências internacionais instalaram os estúdios para os directos das televisões e uma televisão portuguesa tinha-me pedido para fazer um directo. A missão estava a revelar-se impossível porque os soldados da barreira revelavam-se irredutíveis não deixando passar ninguém. Quando vi Di Pauli chamei-o pelo nome, estava a 20 metros de distância, olhou para mim sem responder e nesse momento vi um homem completamente diferente daquele que na noite anterior me recebera no comando italiano, sorridente, com uma taça de vinho branco e um pedaço de queijo italiano. A dois dias de passar o comando da Brigada

Italiana ao Coronel Carmelo Burgio, a missão sem sofrer baixas que fazia a felicidade de Di Pauli, esboroara-se naquele atentado que vitimou 19 italianos. Os carabinieri constituem uma força com larga experiência de operações em zonas de conflito como Bósnia, Kosovo, Somália e até Afeganistão, mas nunca sofreram tantas baixas de uma só vez. Foi um ataque brutal que o vice-primeiro-ministro italiano viria a considerar como “o nosso 11 de Setembro”. Foi também o mais mortífero ataque efectuado contra forças da coligação no Iraque. O contingente italiano de 2 mil e 400 homens era o terceiro mais numeroso, depois de norte-americanos e britânicos.

Foi um longo dia em Nassíria. Não havia mais nada para contar no local do atentado, era tempo de regressar ao hotel, tentar convencer os empregados a arranjarem alguma coisa para comer, e dormir. O quarto já tinha sido… varrido. Permanecia o cheiro a pó e restos de vidros partidos. Mas já havia vidros novos nas janelas. Laith, talvez preocupado com os amigos de quem não tinha tido notícias ao longo do dia, pediu-me para ir dormir a casa deles, deixou-me um número de telefone e saiu depois de combinada a hora de começarmos a trabalhar no dia seguinte.

Deito-me a pensar na forma como tudo muda de um momento para o outro e como a diferença entre o estar vivo ou estar morto pode ser apenas umas centenas de metros ou alguns minutos. A diferença entre estar no local de uma explosão, de um atentado, ou estar afastado dela, mas suficientemente perto, para poder contar a estória sem a versão e a influência de intermediários.

E penso ainda noutro aspecto: como teria sido se a GNR tivesse vindo para Nassíria na data (até 15 de Setembro…) anunciada por Durão Barroso após o atentado contra a ONU em Bagdad?

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